POÉTICOS

Mudança

Num futuro imutável, e próximo, mudaremos de lar. Por merecimento nosso pela vivência em comunhão. Brigada, contraditada, discutida, imperada e muito bem aprendida. Em seus pequenos detalhes organizatórios, em seus verdadeiros detalhes humanos emocionais. Emocionalmente de alma. Tão reversas, unidas por um vínculo, que em algum tempo já se entendeu, e veste agora a tentativa de se re-entender, pelo amor que o sangue mais semelhante causa, muito.

Ironicamente criou-se uma família, brigada, contraditada, discutida, imperada e muito bem aprendida, e defendida por um nós, que o sangue mais semelhante causa muito pela própria alma, própria?

E encenadas encerradas palavras ao momento, faço um testamento, a minha presença.

Ao não meu corredor ficam marcadas as improinovaçôes da dança contemporânea, a não minha mais, nem nunca, sala, ficam pregados os vestígios de meus giros na busca do foco ao horizonte que minha janela transcende, e aos meus queridos e chatos vizinhos, fica a lembrança dos incomodantes sons e tremores de meu sapateado.

Luan de Souza, 17 de junho de 2010

Carta de retirada
 
Quando a força de meu sonho me falta, por manter a em meio a opositores, que quer, nem sabem o que quero, desisto. Por ter imaginado a cada canto mantido, um idealismo da verdade da Umbanda, que vivi e revi a cada passo dado a este chão.

Gritando com coração meu sonho de menino, dispondo até minha carne, cantei, quando nem vós tinha, toquei, quando meu toque era banhado no sangue de uma mão machucada, levantei, quando meu corpo utilizado por meus outros sonhos, não permanecia de pé.

E a cada entrega de pensamento focada em um povo que tem sempre citada missão ser umbandista, não o sinto mais, pela falta postural que sei que não tive, mas que é falta.

Talvez realmente seja prepotência e teimosia crer, que eu mereça algum respeito, ou ao menos consolada educação aos passos que dei.

E tendo já sentido caladamente, não responderei com fuga a toda Umbanda que por sempre existirá em mim. E por isto me retiro dos atabaques. E por isto me retiro.

Luan de Souza, 11 de maio de 2010

Tempo de Esperança

E talvez eu seja burro. Por não perceber conscientemente o que até minha inconsciência já compreendeu.

Por isso sofro, quando minha alma egoísta não entende, que se trata de outra, que não tem por mesma missão amar.

Com o tempo passado teimo em continuar sentindo, sob a sombra da declaração falha, acontecida pelo encantamento que me tomou conta, me abrindo os olhos adentro coração e fechando uma cegueira errônea a dita cruel atitude que me torna humano.

Na indecisão de continuar, minha esperança me responde chorando, impondo o tempo como caminho da misericordiosa redenção.

E talvez eu seja burro.

Luan de Souza, 21 de abril de 2010
 
Aprendizagem

E eu simplesmente cheguei num momento em que não tinha mais em minha iniciada bagagem o que dizer.

Então calei, na prepotência da humilhação própria, interiormente buscando no mais profundo a resposta que talvez de todo fosse falta.

Ali, parei e esperei súbita e incessantemente o fim, para poder recomeçar.

Luan de Souza, 18 de março de 2010
 
Índia Guerreira

Minha mãe, de todas as pessoas que me envolvem, você com toda convicção do meu amor, é a quem mais tenho a dizer, mesmo nada justificando o quanto guerreou por mim.

Minha guerreira, minha índia, índia guerreira, batalhadora mesmo em meu nascimento, mesmo antes, para no tempo em que minha carne sentira essa terra, impor como sacrifício o próprio sangue, que já tinha de escolha sua morte a vida de seu filho.

Sei que sofre por não saber o quanto lhe amo, mas sei que vive, numa inesgotável presença para minha proteção, mesmo com minha postura convicta de potência adolescente enganada, avançando a minha frente com a força Elemental de uma fera, lutando por sua linhagem, sua família.

Amada mãe, que aceitou minha alma de corpo aberto, entregando ao que sou suas raízes, lhe agradeço, por todo tempo passado, por cada gota de sangue, de toda alma, e lhe prometo que jamais um Universo separa um filho de uma mãe.

Luan de Souza, 15 de fevereiro de 2010
 
Dignamente um Homem

Das poucas presenças masculinas que pude tomar como exemplo em minha vida, esta é a mais próxima, a mais verdadeira e sem nenhuma hesitação na minha certeza, a mais forte. No sentido em que me direcionou, e no próprio exemplo puro me fez entender o merecimento de um guerreiro.

Com este, por muito me colidi, por minha incompreensão infiel ao outro que nunca teve maturidade, vivência e grandeza o suficiente para entende-lo. O desrespeitei por muitas vezes, pecando junto a minha própria incompreensão crua de um menino que nada entende de mundo, afrontando a um sábio que um mundo já sofreu, e mesmo com toda cruz carregada permanece de pé, ainda a carregando. Sábio qual tem incomparada inteligência, que cria engenhos do seu talento para buscar ser feliz.

Nada me vem a cabeça senão cita-lo como maior homem que já conheci, e como homem da minha vida, que fez até a ausência de meu pai desaparecer como sombra que nunca compareceu.

Lhe entendi, lhe respeito, lhe admiro e enquanto consciência eternamente me lembrarei .

Dignamente um homem.

Texto em homenagem a Hugo Morgenstern Neto, um homem, meu exemplo e meu amigo.

Luan de Souza, 31 de dezembro de 2009
 
Carta a TrirA

Este foi um ano que aprendi e cresci muito enfrentando adversidades que me questionaram a ponto de quase me derrubar. Lutei e dei meu máximo o quanto e enquanto pude, tendo força ou não. Nas minhas responsabilidades tive muitas chances e enfrentei o que me veio a frente, sendo digno de muitas delas, mas como estado de humano, falhando em outras.

Me posiciono a TrirA, de todo pouco que sou, tentando no fazer ir além do meu estado, pois esta escola é a base de tudo que aprendi e acredito. Tive a oportunidade de ser questionado junto ao jornalismo, numa oficina que participei sobre comunicação. Agradeço por isso, pois desde então percebi o que quero, e que não há mais como fugir da arte, pois ela me cercou. Descobri que quero ser artista, e levar o pouco do meu interior para quem estiver aberto ao questionamento, fazendo disso a caridade da minha vida, tanto para mim a quantos outros puder alcançar. Não sei com que área e estilo específico da arte vou trabalhar, pois a isso a maturidade ainda me falta, mas o tempo me ministrará.

Acho importante ter mais do que formação só em dança, para que minha dança tenha um foco e trabalhe em relação a algo. Por isso peço mais chances, de acordo com meu merecimento, e peço instrução para que cada vez mais eu possa conhecer minha arte e a levar para o outro.

Ainda sou perdido, mas meu encontro está na TrirA, onde não tenho receios e dou meu suor por sempre que acreditarei na linguagem da arte.

Luan de Souza, 12 de dezembro de 2009
 
Eu

Eu...

Sou filho de uma empregada doméstica a qual devo minha vida, quem se sacrificou e se sacrifica pela minha felicidade e de um pai que mal conheço. Que, não faz falta alguma pois a grande guerreira da minha vida, minha mãe é muito mais homem que ele. Talvez em algum dia, por necessidades de nossas almas tenhamos de nos re-re-encontrar para ai resolvermos nossos problemas, senão agora, algum dia perante o infinito.

Nasci, numa família que dentro do papel seriam somente os patrões da minha mãe, mas que nesses meus 14 anos me fizeram esquecer o que significava esse dentro do papel e este somente me ensinando resumida e diretamente que papel não serve de muito. São a eles que devo muito do meu eu e a quem serei grato pela vida toda e depois. Minha família de criação, realmente de Alma.

Danço Ballet Clássico e Dança Contemporânea, mal, mas danço dentro do meu divino, da minha verdade. Lembrei de uma frase: É muito mais coragem enfrentar o que os outros vão pensar, do que seguir, me rebaixar a um pré-conceito medíocre que muito retarda a humanidade. Quem me pré-julga pela dança, ou qualquer outra coisa merece o mesmo respeito do pré-julgamento.

A minha religião é Deus, independendo de nome por qual o chamem, mas minha doutrina é Umbandista. Creio e vivo esta com toda a certeza do meu espírito e a faço seguindo sua lei maior, a caridade, pois a Umbanda é realmente uma grande verdadeira instituição de caridade, para as pessoas encarnadas ajudando-as a se encontrar, para os seres desencarnados que tanto precisam de luz para sair de seus baixos sentimentos que lhes seguram na ignorância profunda, e para os seres de luz, tanto em planos muito superiores quanto em próximos, que tem muito para fazer por nós, para nos passar, para nos libertar e encaminhar por esse caminho tão longo que é a evolução e o tudo! Sou Filho da Divina Trindade! Obrigado a Umbanda e a Divina Trindade pela família que em você tenho!

"O Ódio une, o amor Liberta"
Seu Zé

Então...

Saravá minha grande guerreira, minha mãe!

Saravá meu pai?

Saravá minha família de alma!

Saravá a dança...

Saravá as artes...

Saravá nossa Umbanda e nossa Divina Trindade!

E saravá o grande pai maior a quem agradeço por tudo, Deus!

Carrego e carregarei essas bandeiras com toda força de minha alma enquanto capaz, e serei...

Saravá é uma saudação e eu jamais saudaria como minhas bandeiras aquilo que não amo e aquilo que não tenho certeza da força como Bem, como luz divina!

Obrigado
É isso!

Luan de Souza, Dezembro de 2008

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